quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Pequenos desabafos

É em pequenos desabafos que eu digo que vou ler o que nunca li, reler vezes sem conta o que já li. Vou amar o que nunca amei, aprender a gostar do que nunca gostei. Vou cantar, vou sorrir, vou dançar. Vou ver o que me falta descobrir e descobrir o que ainda me falta ver. Vou ouvir o que não conheço e o que conheço vou ouvir com ainda mais sentimento. Vou guardar todas as palavras e um dia vou escreve-las todas para ti. Vou por onde nunca fui, conhecer o que me irá dar prazer de relembrar. Vou fazer tudo aquilo que até hoje não fiz e vou, acima de tudo, ser feliz (...)
Há coisas que fiz por ti que sei que voltava a fazer. Mas sei que há em ti uma vontade que nunca há-de morrer. És o meu reflexo no espelho, a sombra dos meus passos no chão, a metade de um coração que ainda bate cá dentro, a primeira pessoa do singular do verbo amar, acompanhada pelo sufixo –te, a minha certeza e a minha verdade (...)
Vou-te contar um segredo! Encosto a minha cabeça no teu peito e sussurro-te ao coração. Não sei se ele ouviu, tu de certeza que deves ter interpretado as palavras. Vou embora, com o insistente desejo de que venhas atrás. Não sinto os teus passos, mas não olho de volta para o banco onde te deixei, talvez confuso, talvez com ainda mais certezas do que hás-de fazer (...)
Eu vou para a estação de autocarros, mas em cima da mesa deixo-te uma carta que sei que irás ler quando eu já estiver pelos lados do algarvios (...)
O autocarro tomou caminho diferente hoje, logo hoje e atrasou-se, mas eu vou na mesma esperar por ele, pela sua chegada, para que me leve daqui para outras paragens. E ao longe ouço passos apressados, uma corrida acelerada, um rosto familiar, uma carta desembrulhada que baloiçava conforme o vento. Os meus olhos não queriam acreditar, o meu coração não conseguia acreditar que eras tu (...)
Com uma tabuleta alta e bem legivel, com o nome Faro, o autocarro chegou e nós partimos.(...)

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