terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Escrever é Amor

« Um escritor nunca esquece a primeira vez em que aceita umas moedas ou um elogio a troco de uma história. Nunca esquece a primeira vez em que sente no sangue o doce veneno da vaidade e acredita que, se conseguir que ninguém descubra a sua falta de talento, o sonho da literatura será capaz de lhe dar um tecto, um prato de comida quente ao fim do dia e aquilo por que mais anseia: ver o seu nome impresso num miserável pedaço de papel que certamente lhe sobreviverá. Um escritor está condenado a recordar esse momento pois nessa altura já está perdido e a sua alma tem preço ».

O amor às letras, a vontade de agarrar num lápis, pegar numa folha e começar a escrever, compensa tudo o resto. É amor à arte, é vontade de mostrar talento e melhorá-lo. Tanto para aprender, tanto para crescer, mas é amor. É um amor que atravessa o peito e passa para as linhas da folha diante dos nossos olhos, é amor que leva à imaginação mais desenvolvida. Pode ser sacrifício, momentos na corda bamba, mas é amor. Um amor que não nos mata por dentro. É ver a vida para além das aparências, é expressar o que vai na alma e no coração. São muitos momentos que ficam, outros que passam, outros que se imortalizam, mas não deixam de ser momentos. Assim como este amor não deixa de ser amor. São letras, são rabiscos, são folhas no chão, rascunhos aproveitados, é tanto e ao mesmo tampo tão pouco. Mas é amor. E um dia poderei vir a ser eu a esperar que o talento se eleve mais alto, que se dê a conhecer e talvez aguarde pelo reconhecimento, talvez sinta tanto orgulho quando os olhos descobrirem o nome num pedaço de papel, ou talvez tudo não passe do desejo e de um sonho. Mas acreditar é por em pratica as ambições, é levar a cabo todos os sonhos que talvez já tenham nascido dentro de mim. Mas será sempre amor, seja talento ou só jeito, seja reconhecido ou passe simplesmente despercebido. Mas o que me move é amor a uma só arte. Um escritor nunca esquece os primeiros passos, não esquece as origens, não esquece o que o move e o que o inspira porque é por amor. Escrever é dizer amor. É amor e será sempre pelo tanto amor que ( me ) corre nas veias pela arte

1 comentário:

  1. Um dia ainda vamos ver o teu nome na capa de um livro de uma livraria qualquer. Descreves tudo de uma maneira tao simples, tao compreensivel a toda a gente, é tudo tao sentimental que quando começamos na primeira frase, nao queremos que acabe. As vezes queria ter um bocadinho desse tu jeito especial com as palavras +.+

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